É uma alegria pra mim saber que líderes da
minha querida congregação de Quintino Cunha, bem como meus irmãos supervisores
e demais líderes de igreja de toda Fortaleza podem estar aqui, na nossa igreja
participando de uma Conferência de Liderança, onde expoentes como o Pastor
Rubens Muzio podem compartilhar conosco suas experiências e aprendizado acerca
da liderança. Alguns de nós precisamos viajar até São Paulo para ouvi-lo em
Eventos como o Encontro Sepal para Pastores e Líderes, hoje, temos o privilégio
de tê-lo aqui conosco. Estamos de parabéns, pela iniciativa da ESLIC e da
Diretoria da nossa Igreja.
Uma conferência não é o ambiente para se
sair sorrindo e descontraído. É um espaço para reflexão, é um tempo de
confronto. Onde nossas aparentes certezas são sacudidas, e somos desafiados a
pensar nossa prática de liderança.
O que vimos ontem?
Vimos que estamos sujeitos às influências
que nos rodeiam. E que algumas tendências externas tem afetado nossa ação na
lide pastoral. A primeira delas são os conceitos empresariais, são os padrões
de resultado e eficiência que, se aplicados à igreja tornarão a mesma em uma
empresa, em um negócio.
Somos conscientes de que há uma tensão
entre duas realidades que necessariamente precisam coexistir: A igreja enquanto
organização humana, e a igreja enquanto organismo, Corpo vivo de Cristo.
Não podemos permitir que o elemento
organizacional sobrepuje o poder do Espírito Santo que traz vida e sentido ao
Corpo do Senhor.
A segunda tendência é a aplicação de técnicas
e soluções tecnológicas, ou estratégias e ferramentas que se aplicados
corretamente prometem o pleno sucesso.
Essa tendência é um indicativo de que percepções humanistas e
autossuficientes estão nos dominando, que não somos mais o povo e os líderes dependentes
de Deus, que nossa oração se tornou apenas um apêndice obrigatório para
comprovar nossa “espiritualidade”.
Começamos a acreditar que as coisas
acontecem em razão de nossas eficientes ferramentas ministeriais. Muitos de nós
utilizamos as receitas de livros que estão nas livrarias: 6 passos para um
pastorado eficiente, a chave para o crescimento de sua igreja, o que fazer para
duplicar o número de membros da sua igreja.
Somos desafiados a voltar a confiar no
Senhor, e no poder do Espírito Santo, vamos cuidar do nosso barco e manter a
vela intacta, e depender do Vento do Espírito, que sopra onde quer, e como
quer!
Cristo é nosso modelo. Um ministério
cristão verdadeiro não pode ser antropocêntrico, necessariamente precisa ser
Cristocêntrico.
Jesus é o nosso modelo em sua Encarnação.
Em sua identificação com a humanidade, sua kenosis, seu autoesvaziamento bem
descrita por Paulo em Fp 2. Jesus não passa ao largo da vida dos homens e da
comunidade. Ele encarna missionalmente, mergulha na cultura, na vida da
comunidade, sente seus dramas, sofre suas dores, abraça seus desafios.
Não podemos ser líderes que ignoram o
drama dos homens, como os religiosos, levitas que passaram ao largo do homem
ferido da parábola do bom samaritano.
Jesus é nosso modelo em sua morte. Nossa
logomarca é a cruz, não a coroa. A cruz em sua tragicidade, em seu sofrimento
cruel, em sua dor. O discípulo não pode ser maior que seu senhor. Todo o líder
cristão precisa saber que a cruz é uma etapa de sua vida, de seu ministério. Cruz
não combina com conforto, com sucesso... Nossa logomarca precisa voltar a ser a
cruz, como de tantos missionários no passado, como Adoniram Judson, William
Carey e tantos outros.
Precisamos contemplar a Cristo em sua
ressurreição. Sua ressurreição é sinônimo de dynamis, de poder, que veio sobre
os discípulos em Pentecostes, e eles não se mantiveram escondidos, mas fizeram
toda Jerusalém ser sacudida pelo poder do Espírito do Cristo Ressurreto.
Comunidade do Ressurreto é a comunidade empenhada em trazer o reino para as
pessoas, para que elas sejam transformadas e seja feita a vontade do Pai.
Finalizamos com uma oração de Confissão e
Petição: “Senhor que as tendências que nos rodeiam não falem mais alto que o
teu Espírito. Que sejamos gente que conheça o coração de Jesus e o obedeça mais
do que as técnicas de sucesso. Que sejamos teus discípulos, que nos pareçamos
contigo, Jesus Cristo, Senhor nosso”.
O líder vocacionado por Deus se torna cada vez mais humano para refletir misericórdia!
ResponderExcluirGostei muito do conteúdo, será de grande proveito para minha caminhada.
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