Estes dias o ator José Mayer, galã da
principal emissora de TV do país se viu às voltas com um escândalo que pode significar
o fim de sua brilhante carreira. O ator sexagenário, mas bonitão, que faz o sexo feminino delirar com seu charme,
mostrou o outro lado de si, que as câmeras não focam, ou melhor o verdadeiro
lado de si: Assediou de forma grosseira uma figurinista da empresa. Em tempos
de redes sociais casos como esse não passam mais em branco.
A mulher assediada botou a boca no mundo,
o caso ganhou notoriedade, e a própria emissora teve que noticiar o caso de um
dos seus mais caros galãs. Tornou-se o assunto da semana na mídia nacional.
A revista VEJA esclarece que “Em uma
primeira e desastrada declaração, José Mayer disse que as atitudes denunciadas eram próprias do machismo e da misoginia do
personagem Tião Bezerra, não minhas!” (VEJA, 12/04/2017, pág. 76)
Ninguém engoliu a explicação, mas a saída
encontrada pelo ator também precisa ser analisada.
Sendo um ator de grande projeção José
Mayer tornou-se o ídolo de muita gente. Idealizações e fantasias rondam o
imaginário daqueles e daquelas que o põem num pedestal. Trata-se de um ator. A
arte da representação nos veio da Grécia. O antigo teatro grego tinha seus
atores, que usavam máscaras. O ator era
o hypocrites, o respondedor.
É da realidade da representação do papel
que não corresponde a si mesmo, do fingimento, que hypocrites se torna uma palavra pejorativa, com significado
desagradável. E essa palavra é conhecida por nós no texto bíblico, mas também
de uma forma ampla, transliterada para o português hipócrita: fingido,
falso, dissimulado!
Esta palavra é encontrada várias vezes nos
Evangelhos na boca de Jesus: Hipócritas!!! Os religiosos da época eram
rotulados por Cristo como hipócritas.
Mas o caso José Mayer indica-nos claramente
que hipocrisia não é um adjetivo restrito aos religiosos fingidos de ontem e de
hoje. Ao desempenhar seu papel como hypocrites,
como ator, segundo ele, o fingimento sai das telas e invade o seu verdadeiro
ser. Então quanto ele assedia a moça, não é o cidadão José Mayer, é o hypocrites, é o ator na pele do
personagem-cafajeste Tião Bezerra!
Quando terminava a peça no antigo teatro
grego, que os hypocrites tiravam suas
máscaras, se reconhecia exatamente quem era o homem por trás da máscara!
Parece-nos que caiu a máscara de José
Mayer, literalmente foi desmascarado, e por trás do hypocrites/ator galã nos demos conta que está um homem equivocado,
sem o devido respeito pelo próximo, que explica suas ações como “fruto de sua
geração” (VEJA, 12/04/2017, pág. 78).
Para quem endeusou o ator, e fez dele seu
ídolo, é triste admitir que era apenas um hipócrita!
Mas não fique triste. O maior drama que aconteceu
na história não foi na Grécia. Aconteceu no Monte Calvário, em Jerusalém. Jesus
Cristo, o filho de Deus foi crucificado entre dois malfeitores. Mas o drama do
Calvário não envolvida máscaras, nem hypocrites.
Jesus vergonhosamente despido levava sobre si nossos pecados.
Em tempos de hipocrisia, a voz de Cristo
ressoa num Brasil cansado de tanto fingimento: “Eu sou o caminho, a verdade e a
vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.” Ele precisa estar no lugar onde
colocamos nossos ídolos hipócritas!