O último dia de nossa Conferência tivemos a
preleção do Pr. Carlos Queiroz, que em sua maneira totalmente peculiar,
ministrou com sua habitual simplicidade, calma e autoridade.
Inicialmente fomos chamados a fazer a
diferenciação entre Chefe, Gerente e Líder:
O Chefe constrói relacionamentos baseados
no medo, as ameaças. Tais relacionamentos independem de valores e princípios.
As gangues, máfias, quadrilhas, são o melhor exemplo deste tipo de relação.
O Gerente é caracterizado por seu foco em
resultados.
E o Líder, tem seu foco nas pessoas, no
crescimento das mesmas. Sua ação busca trazer sentido e significado para os
seres humanos.
Jesus e Barnabé são utilizados como dois
grandes líderes a serem seguidos, imitados. São líderes servidores.
A função do líder é “Apoiar e inspirar
pessoas para a tarefa que Deus lhes confiou”.
E qual a missão que ele confiou a cada um?
A missão que ele confiou foi “seguir Jesus, sendo transformado de glória em
glória”. É importante cada um discernir a vontade de Deus para sua própria
existência. Aprendemos com Jesus “A minha comida é fazer a vontade de meu pai
que está nos céus.” (Jo 4.34) É preciso que indaguemos “qual a tua vontade,
Senhor?”
É importante ressaltar que para liderar
outros em primeiro lugar precisamos nos autoliderar.
Nossas ações e atitudes são orientadas a
partir de nosso imaginário, nossos modelos mentais, nossas memórias. Esse
imaginário revela as estruturas e conjunturas que elegemos como padrão. Quando
Jesus indaga que dizem os homens ser o Filho do Homem, eles respondem: Uns dizem
Elias, João Batista. Diante do Cristo que ali estava, eles se reportavam aos
modelos e estruturas já estabelecidos em seu imaginário.
É preciso que nosso entendimento de
liderança tenha como paradigma Jesus de Nazaré, e não sejamos contaminados
pelas conjunturas de liderança política da nossa época, nem nossos modelos
mentais e memórias. Quanto à liderança, Jesus propõe posturas contrárias às
vigentes:
“Então Jesus os chamou e explicou:
Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que são as pessoas
importantes que exercem poder sobre as nações. Não será assim entre vós. Ao
contrário, quem desejar ser importante entre vós será esse o que deva servir
aos demais” (Mt 20.25-26). A lógica do Reino não está de acordo com a
lógica do mundo. O Reino de Deus tem sua coerência própria.
Quando todos esperam que um rei entre em
Jerusalém com toda a pompa num imponente cavalo branco, Jesus entra montado num
jumentinho. Porém, sua singularidade, a autoridade que dele emanava, não exigia
pompas e animais reais. Ele foi reconhecido como rei, mesmo num jumentinho,
pois a multidão acudiu aos gritos: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Bendito o Rei de Israel” (Jo 12.13)
Liderança não depende de papel e função.
Liderança depende de integridade, da construção histórica, da singularidade
mais profunda de cada um.
Liderança não é o mesmo que prestígio e
fama. Liderança não é sinônimo de acumulação de recursos. Por todas essas
coisas Jesus foi tentado, mas não cedeu a nenhuma delas.
Parece que o mesmo não está acontecendo em
nossos dias...
Líderes são pessoas preocupadas não apenas
em fazer algo, mas em fazer a coisa
certa. É preciso discernir o contexto, para que que possamos dar resposta
adequadas às demandas de nosso tempo. Para isso, precisamos viver a plena e
total dependência de Deus. Precisamos viver as bem aventuranças, choro, pobreza
de espírito, pacificação... Nosso modelo será sempre Jesus de Nazaré!!!
Tendo Cristo como exemplo maior nossa preocupação
com a imagem não será superior que a nossa preocupação com as pessoas. Então,
evitaremos a exposição pública quando as coisas não estiverem bem resolvidas
por dentro. Isso também é autoliderança.
Como Cristo, manteremos a oração como
espaço de intimidade com o Pai. E faremos jejuns, para disciplinar os apelos da
existência.
O ministério de Cristo foi peregrinando
pelas vilas e cidades da Palestina. Ele foi um peregrino. Na peregrinação
saímos do nosso espaço para ir ao encontro dos outros!
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