segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Palestra do Pr. Carlos Queiroz na Conferência Liderança em Foco, IEADTC, Fortaleza

     O último dia de nossa Conferência tivemos a preleção do Pr. Carlos Queiroz, que em sua maneira totalmente peculiar, ministrou com sua habitual simplicidade, calma e autoridade.

     Inicialmente fomos chamados a fazer a diferenciação entre Chefe, Gerente e Líder:
     O Chefe constrói relacionamentos baseados no medo, as ameaças. Tais relacionamentos independem de valores e princípios. As gangues, máfias, quadrilhas, são o melhor exemplo deste tipo de relação.
     O Gerente é caracterizado por seu foco em resultados.
     E o Líder, tem seu foco nas pessoas, no crescimento das mesmas. Sua ação busca trazer sentido e significado para os seres humanos.
    Jesus e Barnabé são utilizados como dois grandes líderes a serem seguidos, imitados. São líderes servidores.
    A função do líder é “Apoiar e inspirar pessoas para a tarefa que Deus lhes confiou”.
    E qual a missão que ele confiou a cada um? A missão que ele confiou foi “seguir Jesus, sendo transformado de glória em glória”. É importante cada um discernir a vontade de Deus para sua própria existência. Aprendemos com Jesus “A minha comida é fazer a vontade de meu pai que está nos céus.” (Jo 4.34) É preciso que indaguemos “qual a tua vontade, Senhor?”
    É importante ressaltar que para liderar outros em primeiro lugar precisamos nos autoliderar.
    Nossas ações e atitudes são orientadas a partir de nosso imaginário, nossos modelos mentais, nossas memórias. Esse imaginário revela as estruturas e conjunturas que elegemos como padrão. Quando Jesus indaga que dizem os homens ser o Filho do Homem, eles respondem: Uns dizem Elias, João Batista. Diante do Cristo que ali estava, eles se reportavam aos modelos e estruturas já estabelecidos em seu imaginário.
    É preciso que nosso entendimento de liderança tenha como paradigma Jesus de Nazaré, e não sejamos contaminados pelas conjunturas de liderança política da nossa época, nem nossos modelos mentais e memórias. Quanto à liderança, Jesus propõe posturas contrárias às vigentes:
   “Então Jesus os chamou e explicou: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que são as pessoas importantes que exercem poder sobre as nações. Não será assim entre vós. Ao contrário, quem desejar ser importante entre vós será esse o que deva servir aos demais” (Mt 20.25-26). A lógica do Reino não está de acordo com a lógica do mundo. O Reino de Deus tem sua coerência própria.

    Quando todos esperam que um rei entre em Jerusalém com toda a pompa num imponente cavalo branco, Jesus entra montado num jumentinho. Porém, sua singularidade, a autoridade que dele emanava, não exigia pompas e animais reais. Ele foi reconhecido como rei, mesmo num jumentinho, pois a multidão acudiu aos gritos: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Rei de Israel” (Jo 12.13)
     Liderança não depende de papel e função. Liderança depende de integridade, da construção histórica, da singularidade mais profunda de cada um.
     Liderança não é o mesmo que prestígio e fama. Liderança não é sinônimo de acumulação de recursos. Por todas essas coisas Jesus foi tentado, mas não cedeu a nenhuma delas.
     Parece que o mesmo não está acontecendo em nossos dias...
     Líderes são pessoas preocupadas não apenas em fazer algo, mas  em fazer a coisa certa. É preciso discernir o contexto, para que que possamos dar resposta adequadas às demandas de nosso tempo. Para isso, precisamos viver a plena e total dependência de Deus. Precisamos viver as bem aventuranças, choro, pobreza de espírito, pacificação... Nosso modelo será sempre Jesus de Nazaré!!!
    Tendo Cristo como exemplo maior nossa preocupação com a imagem não será superior que a nossa preocupação com as pessoas. Então, evitaremos a exposição pública quando as coisas não estiverem bem resolvidas por dentro. Isso também é autoliderança.
    Como Cristo, manteremos a oração como espaço de intimidade com o Pai. E faremos jejuns, para disciplinar os apelos da existência.

    O ministério de Cristo foi peregrinando pelas vilas e cidades da Palestina. Ele foi um peregrino. Na peregrinação saímos do nosso espaço para ir ao encontro dos outros!

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