quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Líderes relevantes no contexto urbano - Segunda Palestra do Pr. Rubens Muzio na Conferencia Liderança Em Foco

   

  Iniciamos lembrando os desafios da cidade, falados na palestra anterior, então o palestrante nos trouxe a imagem de uma ponte, e ao lado da ponte enxergamos um rio. Aquela ponte existe, situa-se na Ásia, um dia engenheiros experientes e eficientes construíram aquela ponte sobre um rio. Mas os tempos passaram, o rio mudou de lugar, a geografia mudou. A ponte continua no mesmo lugar, mas não é mais utilizada, não serve mais para cruzar o rio, embora ele ainda exista.
   Fomos instigados a refletir sobre nós mesmos enquanto líderes. Nossas igrejas foram estabelecidas por homens que fizeram da melhor forma possível, mas os tempos mudaram. Os líderes precisam entender isso. Caso contrário podemos ser pontes que não tem mais serventia, não levam a lugar nenhum.
   Os líderes são resolvedores de problemas. Desde os conselhos de Jetro a Moisés, podemos perceber o desafio dos líderes em solucionar problemas.
   Relembremos o conceito de liderança como “o esforço de exercer conscientemente uma influência especial dentro de um grupo no sentido de levá-lo a atingir metas de forma permanente, benefício que atende às necessidades reais do grupo.”
  Como eu influencio, enquanto líder?
a)      Modelando – Sendo exemplo para meus liderados;
b)      Motivando – Encorajando meus liderados;
c)      Mentoreando – Compartilhando com meus liderados, o coração da liderança, formando novos líderes;
d)      Multiplicando – Conseguindo gerar novos liderados.
    Lembrando que Jesus nos chamou para fazer discípulos. Olhando para Cristo percebemos que ele fez discípulos modelando, motivando, mentoreando, multiplicando. Somos chamados a fazer o mesmo: Ide fazei discípulos!
    É importante entendermos que, considerando o tempo dedicado pelo líder ao seu trabalho, podemos dividir o uso do tempo em dois tipos de trabalho, isto é, ocupamos o nosso tempo em trabalhos de liderança propriamente dito, e trabalhos técnicos (também podemos chamar de operacionais).
    Quando Moisés tira o povo do Egito, no início da jornada ele concentra em si mesmo todas as demandas do povo. Ele é profeta, intercessor, conselheiro de todos. Aos poucos ele vai organizando as equipes. Arão e seus filhos passam a compor a equipe de sacerdotes. Josué e seus capitães organizam o exército. O tempo de Moisés que inicialmente era em grande parte dedicado aos trabalhos operacionais, técnicos, tais funções vão sendo delegadas, e ele pode se dedicar à sua ampla função de liderança, formando líderes, ensinando o povo, organizando a nação.


    Mas Moisés ainda acha que só ele pode orientar e aconselhar o povo. É como muitos pastores, que tem boas equipes nas suas igrejas, mas ainda andam com o molho de chaves de cada porta da congregação. É nesse momento que Jetro orienta a Moisés... Lembre-se, no início, concentrar as atividades que podem ser delegadas, pode ser até necessária, mas não se pode falar em desenvolvimento e crescimento, se o líder continuar  utilizando a maior parte de seu tempo em trabalhos técnicos. Lembre-se, você não é um cavaleiro solitário.
    No Novo Testamento os apóstolos entenderam muito bem isso, quando estabeleceram que outra equipe iria cuidar das mesas e das viúvas (atividade técnica/operacional), foi o início da atividade dos diáconos, enquanto eles continuariam se dedicando à palavra (Atos 6).
    Às vezes não crescemos mais porque não sabemos formar equipes. Imaginamos que somente nós conseguimos fazer bem feito. Aprendamos com Jetro, e os apóstolos.
   Líderes nascem prontos?
    Somos pessoas naturalmente dotadas por Deus de dons e talentos, portanto podemos falar de líderes naturais. Porém, líderes naturais não são líderes maduros. Para atingir a maturidade é necessário o desenvolvimento dos dons e talentos, este desenvolvimento é feito com o auxílio de três coisas: treinamento, que nos municia em ferramentas que nos permitem realizar planejamento, provê direção e monitoramento; trabalho duro, não há líderes maduros sem trabalho duro, sem ‘meter a mão na massa’; e finalmente, disciplina, a disciplina nos transforma de líderes inconstantes e temerosos, em líderes firmes e determinados.
    E acima de tudo isso, está a ação do Espírito Santo. Mas precisamos fazer nossa parte, cooperando com Deus em nosso próprio crescimento enquanto líderes.
     Precisamos ter claro 6 coisas em nossa mente:
        a)  Missão: Por que existimos?
        b)  Valores: Que somos nós?
        c)  Visão: Para onde estamos indo?
        d)  Análise da realidade: Onde estamos agindo?
        e)  Estratégias claras: Quais serão nossos passos?

         f)   Implementação do plano de ação: Como faremos isso?

     Pensando na missão, existimos para cumprir aqui a Missio Dei, a missão de Deus. Nossa cosmovisão cristã aponta para a visão bíblica da história do mundo no esquema: Criação, Queda, Redenção e Consumação/Recriação.
    Recebemos o mandato cultural no Gênesis para sujeitar a terra, trabalhar nela. Fracassamos na nossa missão com a Queda. Com a Redenção através de Cristo, somos chamados a ser igreja, fazer discípulos, atuando na Restauração do mundo caído. A Missio Dei de restauração é dada a nós, povo de Deus.
   Nossa visão precisa estar baseada na missão e nos valores, que temos enquanto Igreja de Deus. Precisamos ter uma mesma visão, sonhar unidos. Pois visão + visão = divisão.  Sonhemos grandes sonhos para Deus e realizemos grandes coisas para Glória de Deus.
    A análise da realidade é necessária para que tenhamos uma compreensão das questões que      nos cercam:
    Onde está situada nossa igreja? Há alguma subcultura  que manifesta um nível de opressão satânica? Existem grupos muito vulneráveis próximos a nós? Quais as oportunidades de parceria?
    A partir daí, dessa conscientização precisamos traçar estratégias claras, definindo nossos passos e implementando um plano de ação.
    Como líderes somos convidados a olhar para o apóstolo Paulo, com quem aprendemos a crescer para baixo:
   Em 59 d.C Paulo dizia: Eu sou o menor dos apóstolos, indigno de ser chamado de apóstolo, porque persegui a igreja de Deus (I Co 15.9).
   Em 63 d.C Paulo escreveu aos efésios: A mim, o menor entre todos os santos, foi concedida a graça de anunciar aos gentios as riquezas insondáveis de Cristo (Ef 3.8). A medida que o ministério de Paulo avançava, prosperava, ele sentia-se menor, crescia para baixo.
   Em 64 d.C Paulo escreve a Timóteo: Esta palavra é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
   A identidade de Paulo está em Cristo, não nele. Por isso ele dizia, vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim. Aprendemos com Paulo, e com Jesus, a humildade.
   Cuidado com a tentação de superestimar nossas realizações.  Agostinho dizia: “Você quer elevar-se? Comece descendo. Você planeja uma torre que alcança as nuvens. Firme primeiro os alicerces da humildade.”
    Jonathan Edwards, pastor puritano do século XVIII dizia: “Estou convencido como Calvino está, de que todas as muitas provações dos homens são para demonstrar para si e para o mundo que eles são apenas falsificações.”
   O grande pecado dos líderes é o orgulho. Dizia C.S. Lewis: “Se alguém quiser adquirir humildade, eu penso que posso lhe dizer qual é o primeiro passo. O primeiro passo é reconhecer que você é orgulhoso”.
    Foi o orgulho que fez Lúcifer transformar-se em diabo, e é o orgulho que faz com que o homem se pareça com o diabo. Irmãos, calcemos as sandálias da humildade. Para a doença do orgulho só existe um médico, Jesus, ele próprio é o remédio. Encarnou e viveu como servo humilde. Ele é o remédio para o nosso orgulho.

    C.S.Lewis dizia que “Humildade cristã não é pensar menos DE SI mesmo, é pensar menos EM SI MESMO. É não mais reparar em você mesmo, o que você está fazendo como está sendo tratado. É um abençoado auto-esquecimento.”

   Dependemos do Senhor, olhemos para Ele, manso e humilde, o Leão de Judá, que nos mostra a sua face, Cordeiro de Deus, que foi morto, ressuscitou, e nos inspira a vida de  humildade, desprezando nosso orgulho pecaminoso.

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