Naquele dia ela me chamará meu marido (meu homem especial); não me chamará mais meu Baal (meu amo, meu senhor) (Os 2.16)
A forma como cada cônjuge trata um ao outro retrata um pouco do atual estágio do relacionamento de ambos. Por que atual estágio? Porque todo o relacionamento muda ao longo do tempo. Isto é indiscutível.
Muda porque nós mudamos! Muda porque muda a nossa forma de ver o mundo! Muda a nossa interação com a vida. Muda o mundo, tudo muda, o mundo muda. E mudamos nós. O problema não é a mudança, o problema é quando a mudança se dá para pior.
O tempo... O tempo é um componente implacável no nosso relacionamento. Em algum momento a pele não mais será tão fresca, as rugas insistirão em driblar o Renew e teimosamente denunciar que já não somos os garotos e garotas de outrora... E os cabelos? Insistem em novos fios brancos, que mesmo pintados insistem em crescer apontando para uma raiz branquinha... O tempo... Como dizia um jovem que não chegou a envelhecer: O tempo não pára!
E no relacionamento o reflexo do tempo está em toda a parte. Muito além das rugas e dos cabelos brancos, ou mesmo dos quilos extras. O tempo está no humor que já não é mais o mesmo. Está na língua que pode ficar ferina. Está nos olhos que deixaram de ver apenas a beleza e passaram a valorizar os pequenos erros, os equívocos.
Dizem que com o tempo os animais crescem e mudam de espécie... O Meu Gatinho pode se transformar num “Cachorro”, e a Minha Gatinha pode se transformar numa “Jumenta”.
Como dissemos, este tratamento reflete o relacionamento. E o relacionamento muda, mas não precisa ser para pior... E se estiver ruim, pode ainda ser novamente melhorado.
No texto de Oséias, que retrata um relacionamento conjugal simbólico entre o povo de Israel e Deus, percebemos a promessa de uma renovação no relacionamento. Uma esposa que chama o esposo de meu senhor (meu baal), passaria a chamá-lo de meu marido, meu homem. A passagem de “meu senhor” para meu marido indica que a ênfase é colocada mais na intimidade do vínculo conjugal do que na subordinação da esposa ao esposo.
Com o tempo o relacionamento pode tornar-se insosso, uma troca de obrigações, e nestas obrigações alguém passa a ser o senhor, o amo, o proprietário... E ficam juntos, mas não por causa do carinho, mas pela obrigação...
No texto de Oséias, o que norteia o relacionamento não deve ser a relação contratual da aliança, o foco não é a obrigação, a responsabilidade (meu senhor)... o foco é o amor, é o carinho, o vínculo amoroso (meu marido, meu homem...).
Se pudéssemos viajar no tempo... o que veríamos?
Um casal apaixonado dizendo "sim". Estou certo? Mas o tempo...
O tempo foi passando... O tempo, sempre o tempo... e a rotina... e a dureza da vida. E o cuidado dos filhos, que se tornaram adolescentes, jovens... e a exigência profissional, e o tempo vai ficando exíguo, passando rápido demais, e não mais se tem tempo, e se conversa pouco, se comunica pouco. E os problemas vão se avolumando. E o marido torna-se distante, e o carinho é substituído pela obrigação. Fazer amor é substituído por fazer sexo, inclusive aludindo-se à determinação bíblica para o casal: não defraudeis um ao outro...
E agora os pronomes mudaram, o tratamento endureceu... É... parecia tudo um mar de rosas, mas descobrimos que rosas tem espinhos... E há pedras no caminho. Descobrimos que além da lua de mel, há doçura sim, mas da rapadura. E rapadura é doce, mas não é mole, não!
Quem foi que te disse que a vida é um mar de rosas? Estava certo! É mesmo um mar de rosas, mas não esqueça que rosas tem espinhos. E o fardo é pesado e precisamos levá-lo, a jornada é longa, e não podemos ficar no caminho. Casamos para ficar juntos... até que a morte nos separe. E rapadura é doce, mas não é mole, não!
Hoje somos desafiados a exprimir em gestos, em atitudes, a renovação deste amor, deste relacionamento. Demonstremos com um gesto, com um olhar, e não apenas hoje, mas sempre, vivamos atitudes de amor... pois o amor tudo espera, tudo suporta...
Naquele dia me chamará meu amor, minha querida, meu amado, formosa minha, bem, benzinho... Love...
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