Estudando a epístola aos gálatas para expor no culto de ensino da igreja
revejo o trecho já mui conhecido:
“Então, para que serve a lei? Ela foi acrescentada por causa das
transgressões, até que viesse o descendente a quem a promessa havia sido
feita... (Gl 3.19) Mas a Escritura colocou tudo debaixo do pecado, para que a
promessa fosse dada aos que creem pela fé em Jesus Cristo. Mas, antes que
viesse a fé, éramos mantidos debaixo da lei, nela confinados para a fé que
haveria de ser revelada. Desse modo, a lei se tornou nosso guia para os
conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados. Mas tendo
chegado a fé, já não estamos sujeitos a esse guia. Pois todos sois filhos de
Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.22-26).
A leitura desse trecho paulino me faz
lembrar o episódio registrado por João em seu evangelho, no capítulo 8:
“Jesus,
porém, foi para o monte das Oliveiras. Ao amanhecer ele apareceu novamente no
templo, onde todo o povo se reuniu ao seu redor, e ele se assentou para
ensiná-lo. Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher surpreendida
em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos e disseram a Jesus:
"Mestre, esta mulher foi surpreendida em ato de adultério. Na Lei, Moisés
nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor, que diz? "
Eles estavam usando essa
pergunta como armadilha, a fim de terem uma base para acusá-lo. Mas Jesus
inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. Visto que continuavam a
interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: "Se algum de vocês estiver sem
pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela". Inclinou-se novamente e
continuou escrevendo no chão.
Os que o ouviram foram
saindo, um de cada vez, começando com os mais velhos. Jesus ficou só, com a
mulher em pé diante dele.
Então Jesus pôs-se de pé e
perguntou-lhe: "Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou?” "Ninguém, Senhor", disse ela.
Declarou Jesus: "Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de
pecado.” (Jo 8:1-11)
Agora vejamos como o episódio da Mulher
Adúltera ilustra as explicações paulinas:
Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe
uma mulher flagrada em adultério. Indaga
Paulo, para que serve a lei? E ele mesmo
responde “por causa das transgressões”. A resposta é muito sucinta e talvez não
esclareça plenamente. Então pode-se usar outro texto paulino para lançar mais
luz sobre a questão: “Eu não conheci o pecado senão através da lei, pois eu não
teria conhecido a concupiscência se a Lei não tivesse dito: Não cobiçarás.” (Rm
7.7)
Os fariseus sabiam que a mulher havia pecado porque a lei afirmava isso.
Eles não chegariam a essa conclusão por si mesmos. A lei indicou que havia pecado, e esse pecado
conduzia à morte. Naquele caso, o apedrejamento. A punição que a lei previa era
para que o homem assimilasse a gravidade da transgressão.
Mas pecado não era apenas o adultério da
mulher. Dizia Paulo: “A Escritura
colocou tudo debaixo do pecado”. Jesus
se levantou, olhou para os homens que traziam a mulher e indagou: “Se algum de
vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”. Os que o
ouviram foram saindo, um de cada vez começando com os mais velhos.
A lei apontava claramente o pecado não
apenas da mulher, mas de todo o homem. E
aqueles fariseus e homens da lei entenderam isso. Nesse episódio fica claro
qual era o objetivo da lei, e também que ela cumprira satisfatoriamente sua
finalidade: Deixar claro, que todo o homem é pecador diante de Deus!
Agora a mulher estava ali, diante de Cristo, trazida pelos ditames da
lei. Sem nada que pudesse falar a seu favor, a não ser a fé no homem que tinha
nas mãos o seu destino, pois a lei previa seu apedrejamento. Mas Jesus a
perdoou, dizendo: Vá em paz e não peques mais.
Paulo resumiria o que aconteceu com as seguintes palavras: Desse
modo, a lei se tornou nosso guia para os conduzir a Cristo, a fim de que pela
fé fôssemos justificados. Mas tendo chegado a fé, já não estamos sujeitos a
esse guia.
Vivamos pela fé, na Salvação
graciosa do Senhor que nos libertou da maldição da Lei!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário