quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal!!! E o que é o Natal??

        Na TV, a repórter anuncia: “O mundo se enfeita para celebrar o Natal”.  O movimento no comércio é intenso e atinge o pico de vendas não superado por nenhuma outra data comemorativa. Os ônibus e voos estão todos lotados, o vaivém de gente é também o mais intenso do calendário.  Os abraços, presentes e celebrações se espalham dos casebres das favelas das metrópoles às mansões requintadas dos condomínios fechados, só acessíveis aos muito bem favorecidos... Todos com uma palavra nos lábios: Feliz Natal!

     Os mais observadores perceberão símbolos  espalhados por todo lado: Papai Noel, com sua barba branca e roupa vermelha distribuindo presentes, vindo direto do Polo Norte... Pinheiros cobertos de neve, que reforçam o lugar de origem do velhinho e tentam reproduzir um pouco da tundra do Ártico... são as árvores de Natal!  Estes ícones setentrionais,  representantes de lugares gélidos serão reproduzidos nos lugares mais quentes do planeta onde a neve faz parte dos sonhos e da imaginação das pessoas, como os sertões do Nordeste do Brasil ou as praias ensolaradas tropicais. Alguns poucos mais favorecidos,  já experimentaram a neve seja no réveillon em Nova York, seja numa estação de esqui nos Estados Unidos, na Europa, no Chile ou na Argentina.  Ressalte-se que o exótico chama atenção, atrai, é bom de se ver e imaginar...


    Os muito curiosos e criteriosos talvez encontrem  entre a floresta de árvores de Natal e os enormes sacos de presentes de Papai Noel alguns presépios ou mesmo uma grande estrela. Os presépios reproduzem uma cena modesta ocorrida num lugar mais próximo aos trópicos: Um bebê numa caminha de palha, chamada tecnicamente de manjedoura, rodeado por alguns seres humanos e animais de criação como ovelhas e bois, que são engordados para se transformarem em alimento para seus donos... o ambiente é oficialmente chamado de estrebaria.  Vocábulos e uma cena muito rural, bem estranha à comunidade urbana. A simplicidade da bucólica cena campestre não tem nem de longe o magnetismo irresistível dos exóticos ícones lá das distantes regiões próximas ao Círculo Polar Ártico.  
     As empresas há muito deixaram de decorar seus ambientes corporativos com presépios. A cena rural do bebê na manjedoura foi expurgada dos meios empresariais. Essa cena evoca lembranças religiosas. Não é interessante a vinculação da celebração da festa natalina com motivos religiosos. Por isso o Papai Noel e as árvores de Natal serão sempre os ícones escolhidos.
    O Natal, porém, não é um banquete só para os olhos. É também para os ouvidos. Quem deixar-se levar pelo embalo das canções natalinas ouvirá pela voz de Simone: Então é Natal, a festa Cristã. A constatação de Simone é inegável,  o Natal é a festa cristã. E o cristianismo não está no frio das neves distantes. O cristianismo está no relato bíblico do nascimento de Jesus numa estrebaria, em Belém da Judéia, indicado na cena do presépio. Está na natureza que se curva em adoração diante da Encarnação do Verbo Divino. O Deus que se fez homem e habitou entre nós.
    Natal é a confirmação de que Deus se importa com o homem. Natal é o convite para que os homens se reconciliem entre si, e com Deus, convite expresso nas palavras do coral de anjos que ainda ecoa em pleno século XXI:
    “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.”
      
      Feliz Natal!!!

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