Na TV, a repórter anuncia: “O mundo se
enfeita para celebrar o Natal”. O
movimento no comércio é intenso e atinge o pico de vendas não superado por
nenhuma outra data comemorativa. Os ônibus e voos estão todos lotados, o vaivém
de gente é também o mais intenso do calendário.
Os abraços, presentes e celebrações se espalham dos casebres das favelas
das metrópoles às mansões requintadas dos condomínios fechados, só acessíveis
aos muito bem favorecidos... Todos com uma palavra nos lábios: Feliz Natal!
Os mais observadores perceberão
símbolos espalhados por todo lado: Papai
Noel, com sua barba branca e roupa vermelha distribuindo presentes, vindo direto
do Polo Norte... Pinheiros cobertos de neve, que reforçam o lugar de origem do
velhinho e tentam reproduzir um pouco da tundra do Ártico... são as árvores de
Natal! Estes ícones setentrionais, representantes de lugares gélidos serão
reproduzidos nos lugares mais quentes do planeta onde a neve faz parte dos
sonhos e da imaginação das pessoas, como os sertões do Nordeste do Brasil ou as
praias ensolaradas tropicais. Alguns poucos mais favorecidos, já experimentaram a neve seja no réveillon em
Nova York, seja numa estação de esqui nos Estados Unidos, na Europa, no Chile
ou na Argentina. Ressalte-se que o
exótico chama atenção, atrai, é bom de se ver e imaginar...
Os muito curiosos e criteriosos talvez
encontrem entre a floresta de árvores de
Natal e os enormes sacos de presentes de Papai Noel alguns presépios ou mesmo
uma grande estrela. Os presépios reproduzem uma cena modesta ocorrida num lugar
mais próximo aos trópicos: Um bebê numa caminha de palha, chamada tecnicamente
de manjedoura, rodeado por alguns seres humanos e animais de criação como
ovelhas e bois, que são engordados para se transformarem em alimento para seus donos...
o ambiente é oficialmente chamado de estrebaria. Vocábulos e uma cena muito rural, bem
estranha à comunidade urbana. A simplicidade da bucólica cena campestre não tem
nem de longe o magnetismo irresistível dos exóticos ícones lá das distantes
regiões próximas ao Círculo Polar Ártico.
As empresas há muito deixaram de decorar
seus ambientes corporativos com presépios. A cena rural do bebê na manjedoura
foi expurgada dos meios empresariais. Essa cena evoca lembranças religiosas.
Não é interessante a vinculação da celebração da festa natalina com motivos
religiosos. Por isso o Papai Noel e as árvores de Natal serão sempre os ícones
escolhidos.
O Natal, porém, não é um banquete só para
os olhos. É também para os ouvidos. Quem deixar-se levar pelo embalo das
canções natalinas ouvirá pela voz de Simone: Então é Natal, a festa Cristã. A constatação de Simone é inegável, o Natal é a festa cristã. E o cristianismo
não está no frio das neves distantes. O cristianismo está no relato bíblico do
nascimento de Jesus numa estrebaria, em Belém da Judéia, indicado na cena do
presépio. Está na natureza que se curva em adoração diante da Encarnação do Verbo
Divino. O Deus que se fez homem e habitou entre nós.
Natal é a confirmação de que Deus se
importa com o homem. Natal é o convite para que os homens se reconciliem entre
si, e com Deus, convite expresso nas palavras do coral de anjos que ainda ecoa
em pleno século XXI:
“Glória a Deus nas alturas, Paz na terra,
boa vontade para com os homens.”
Feliz Natal!!!
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