segunda-feira, 27 de junho de 2016

O Brasil nas palavras do profeta, por Thalison Evangelista

Profeta de Judá, da cidade de Morosete-Gate, teve sua atividade profética entre a ascensão ao trono de Jotão (740 a.C) e a morte do rei Ezequias (686 a.C). Seu nome é Miqueias.




Por que um profeta que viveu a aproximadamente 2700 anos atrás teria relevância para nós? Porque sua voz é mais atual do que nunca, “sua mensagem é contundente, oportuna e absolutamente necessária. Miqueias está vivo, ele está nas ruas. Sua mensagem deveria estar estampada nos jornais mais conceituados e mais lidos, nos corredores das câmaras de mandatos populares, nos tribunais de justiça e nos púlpitos evangélicos. ” (Hernandes Dias Lopes, Miqueias, Ed. Hagnos, 2008). Apesar de Miqueias não ser popular hoje em dia, ele foi lembrado em um púlpito evangélico ontem (26/06/2016). Este pequeno texto é baseado em uma exposição de Miqueias capítulo 7, versos 1 a 7, que foi feita na igreja Assembleia de Deus Quintino Cunha, pelo pastor Ezion.
No tempo do profeta que estamos falando, houve um rei chamado Ezequias, que reinou em Judá e empreendeu uma grande reforma no templo, e pode-se observar uma renovação do culto a Deus (Levitas e Sacerdotes foram reconsagrados; buscou-se eliminar a idolatria reinante; os dízimos e ofertas foram novamente restabelecidos, etc....). Mas será que esse fervor espiritual se manifestou também por todas as esferas da vida, como na família e nos negócios, ou ele ficou somente preso aos templos?  Essa resposta Miqueias nos dá:
Ai de mim! Porque estou como quem colhe as frutas do verão, como os que rebuscam na vinha; não há cacho de uvas para comer, nem figo novo que tanto desejo. (1)

O homem piedoso foi aniquilado da terra; não há sequer um justo entre os homens; todos armam ciladas para derramar sangue; cada um caça seu irmão com uma armadilha. (2)

As suas mãos estão aptas para fazer o mal. O príncipe e o juiz exigem suborno; os nobres impõem seu próprio desejo. Todos eles tramam o crime. (3)

O melhor deles é como um espinheiro; o mais justo é pior que uma cerca de espinhos. Chegou o dia anunciado por seus vigias, o dia de castigo; agora começará a sua confusão. (4)

Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro; tende cuidado com o que dizeis até para aquela que vos abraça. (5)

Pois o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, e a nora contra a sogra; os inimigos do homem são os da própria casa. (6) (Miquéias 7.1-6)

Certamente esse fervor não estava visível para Miqueias, a justiça e a misericórdia estavam ausentes dos corações das pessoas. Para o profeta a injustiça não passa desapercebida, ele brada no verso 1 se identificando com o sofrimento visível e cruel de seu tempo. O avivamento não havia saído das paredes do templo. É incrível como nós observamos isso hoje, quando o crescimento dos evangélicos é cada vez mais notável, mas a violência e a corrupção não cessam. Nossos dias são marcados por “avivamentos” presos aos templos, onde grandes igrejas estão mais preocupadas em engrandecer o seu nome no meio da sociedade, do que em proclamar o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Isso é espelhado em “crentes” que buscam cada vez mais a “vitória” a todo custo, inclusive por meios ilícitos (Quantas vezes você não viu na TV, que vários dos que foram presos ou que são alvo de alguma investigação, são de igrejas evangélicas?).

        A espiritualidade verdadeira não está restrita ao templo. A espiritualidade verdadeira ganha as ruas, as casas, os colégios, as faculdades, as instituições onde frequentam aqueles que passaram por um avivamento, através de um agir transformado, de uma atitude nova, de uma nova postura.
Encontrar um homem benigno, ou piedoso, nos tempos dele era uma tarefa praticamente impossível, pois a corrupção era generalizada. Os grandes tramavam o mal e articulavam como iriam sair da lava-jato... não, quero dizer que os grandes tramavam o mal e planejavam como iriam ganhar mais.
Quando Miqueias fala que ainda virá “o dia anunciado por seus vigias, o dia de castigo; ” e que “agora começará a sua confusão”, é inevitável que nos venha a mente a situação do Brasil. Todos os dias ao abrirmos os jornais somos bombardeados por uma enxurrada de notícias de políticos, empresários, e outros sendo presos ou planejando fugir das investigações.... Certamente o dia de castigo chegou, e começou a confusão de todos os corruptos! Somos gratos ao juiz Sérgio Moro e sua equipe (#somostodosMORO!), mas também sabemos que, na verdade, o próprio Deus os tem levantado para tal obra.

O profeta ainda nos faz mais alertas, e nos diz que até mesmo aqueles mais próximos também não são confiáveis. Nós precisamos nos percebermos, e não só chamarmos todos os outros de corruptos. Somos o povo do “jeitinho”, e a todo momento estamos planejando como enganar o nosso próximo para obter alguma vantagem. Às vezes não cometemos algum crime somente porque não temos oportunidade, mas nosso coração está cheio de corrupção e maldade.

É hora de clamarmos por misericórdia ao nosso Deus, e confiar nEle. Imitar Miqueias, ao dizer: “Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá. ” (Miqueias 7.7). Que possamos ter vivo em nosso coração a esperança, e saber que ela não pode ficar presa as quatro paredes do templo, mas sim refletir em todas as nossas atitudes, de todas as esferas da vida.
Gostaria de cantar com você essa canção/oração, ainda tão atual como há algumas décadas. 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Além da Crucificação...

 

 Qual o sentido da morte de Jesus? Por que um homem justo, sem culpa, sem crime, morria entre dois malfeitores? A resposta a essa pergunta não vai se achar dentro dos muros de Jerusalém, ou nos anais do Sinédrio que o condenou, nem nas atas produzidas pelos assessores jurídicos de Pilatos, que lavou as suas mãos, tentando isentar-se de responsabilidade por concordar na morte de um justo. Esta é uma pergunta que requer uma resposta demorada. E para responde-la precisamos ir até o Jardim do Eden, num tempo em que o homem resolve desobedecer, transgredir, decide se emancipar da tutela de um Deus que provê todas as coisas, que lhe dá comunhão e afeto, nas conversas de fim de tarde. Adão pecou, e nele toda a humanidade.

  O apóstolo Paulo esclarece na carta aos Romanos: 
PORQUE TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS. Rm 3.23
PELO QUE, COMO POR UM HOMEM ENTROU O PECADO NO MUNDO, E PELO PECADO, A MORTE, ASSIM TAMBÉM A MORTE PASSOU A TODOS OS HOMENS, POR ISSO QUE TODOS PECARAM. Rm 5.12
PORQUE O SALÁRIO DO PECADO É A MORTE. Rm 6.23

    Por sua natureza pecaminosa, por sua rebeldia contra Deus, o homem se fez inimigo de Deus. E a pena para o pecado é a morte: A alma que pecar essa morrerá (Ez 18.4). Mas o amor de Deus é muito grande. Ele toma a iniciativa da salvação do homem perdido.  Nada que o homem fizesse poderia trazer sua restauração espiritual. Ele transgrediu contra Deus. Ele se tornou réu da ira divina, da morte, que significa a separação total do homem de Deus. 
    E o homem buscou criar alternativas, meios criativos de refazer o acesso quebrado para Deus. A isso chamamos de Religião. É o esforço humano em reatar seu relacionamento com o Deus Eterno. Os homens criaram muitas religiões, mas Deus não teve prazer nelas. A essência da religião está no esforço dos homens para agradarem à divindade. Mas isto aborrece o coração de Deus. Enoja a glória divina. 

    "Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes.Mesmo que vocês me tragam holocaustos e ofertas de cereal, isso não me agradará. Mesmo que me tragam as melhores ofertas de comunhão, não darei a menor atenção a elas. Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras".(Am 5.21-22)

   Todo o homem é réu de morte por seu pecado. Nada além da morte pode ser o seu veredito. O homem é culpado e merece a morte. Os esforços humanos são vãos, inúteis. Sacrifícios humanos buscam agradar a Deus mas, na verdade, o aborrecem.
   Deus em seu infinito amor e  graça, estende a sua misericórdia ao mundo dos homens para salvá-los. Realizando o que já estava definido antes mesmo da fundação do mundo. Deus faz algo novo. Fazendo o caminho inverso das práticas religiosas, o próprio Deus vem agir para redenção e salvação do homem. O Evangelho são as boas novas que vêm de Deus para nós.
    E o verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14). Jesus Cristo, o carpinteiro de Nazaré, veio em cumprimento da palavra profética, e cumpriu todo o desígnio do Pai, conforme Is 61.1-3.

   Cumprindo o seu ministério terreno, havendo semeado a boa semente do Evangelho, chegou o momento decisivo de cumprir a sua missão. Nada do que ele pregara, ensinara, se tornaria realidade na vida dos homens se esses continuassem no pecado, distantes de Deus. Se Jesus morresse como qualquer um, após haver cumprido seu papel enquanto mestre e ensinador, seria apenas mais uma referência de um mestre terreno, ao lado de Salomão, de Sócrates, de Confúcio. Mas havia algo a ser feito maior mesmo do que os seus próprios ensinamentos. Havia o grande sacrifício vicário. Ele se apresentaria ao pai, em lugar dos homens. Ele em sua pureza e não pecaminosidade, se apresentaria diante do Pai para receber o veredicto, a pena, a condenação de morte em lugar do homem.
   Eis a razão que o encontraremos prostrado no Jardim do Getsêmani. Consciente do amargor do cálice que ele iria beber, os pecados dos homens que ele levaria, a condenação do homem perdido: Ele então brada:
    Meu Pai, se não for possível afastar este cálice sem que eu beba, seja feita a tua vontade. (Mt 26.42)

   O que estava acontecendo? Ele estava antevendo as terríveis dores e castigos decorrentes da condenação do homem pecador. Ele conhecia o que o profeta Isaías havia vaticinado daquele momento:
    "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou sobre si as nossas dores... Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas maldades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por seus ferimentos fomos sarados." (Is 53.4-5)
     Naquela festa de páscoa em Jerusalém, algo acontecia no mundo espiritual, que ia além da crucificação de um homem. O horror que Jesus previa no Getsemani não era apenas os açoites dos soldados romanos,  ou o escárnio do populacho, ou os espinhos da irônica coroa de espinhos, ou mesmo a própria cruz. Essas dores, sofrimentos, ofensas, tudo isso podia ser acrescido da ira divina. Em seu amor Deus proveu a redenção para o homem, enviando o seu filho para redimir a humanidade:
   "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida Eterna." (Jo 3.16)
   Mas na cruz encontramos também o próprio Deus aplicando em seu próprio Filho o justo castigo decorrente da culpa do pecado humano. O pecado é coisa séria. O perdão divino é algo precioso. Haveria injustiça em Deus se houvesse perdão de culpa sem que a aplicação da lei ocorresse.
     Mais uma vez Paulo nos explica isto na Carta aos Romanos 5.18:
   "Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação que produz vida." 
     Por isso ele foi ferido pelas nossas transgressões, e esmagado pelas nossas maldades, o castigo que nos traz a paz estava sobre ele. Quando leva sobre si a terrível carga de pecaminosidade da humanidade, Jesus experimenta a realidade do juízo de quem peca: A alma que pecar essa morrerá. Não se trata da morte física, se trata da morte espiritual. Se trata da ausência de Deus, se trata da vida separada de Deus. Nesse momento terrível e desesperador, ouve-se o brado de Cristo na Cruz: Eli, Eli, lamá sabactani. Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste.(Mt 27.46)

   Repetindo o Salmo 22 Jesus dá um grito de abandono. Abandonado pelos discípulos desde o Getsêmani, ridicularizado pela multidão, tudo isso era possível de se conviver. Mas abandonado pelo pai. E naquele momento, embora durante todo o tempo ele chamasse Deus de Pai, agora ele dirige-se a Deus chamando-o de Deus, não de pai. Aquele que infringe sobre ele o horror das trevas: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
   John Stott, em A Cruz de Cristo, citando Calvino disse que “Se Cristo tivesse morrido apenas uma morte física, teria sido ineficaz.” Portanto, se passou algo em Jerusalém muito além do espetáculo da crucificação. Jesus pagou nas regiões celestes um preço maior e muito mais excelente ao sofrer em sua alma os terríveis tormentos de um homem condenado e abandonado.
    Portanto, estamos diante de uma separação real e pavorosa entre o Pai e o Filho. Mas era dessa forma, que Deus reconciliava consigo mesmo o mundo!!!
   E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (II Co 5.18-19).
  A ausência do Pai foi o clímax do sofrimento de Cristo. Foi uma dor ainda maior do que a ferida da lança no seu lado. Fora o brado de Deus meu, Deus meu por que me desamparaste? Não ouvimos reclamações dos lábios de Jesus. Mais uma vez vemos cumprindo-se a profecia de Isaías: Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca... (Is 53.7)
   Contudo foi da vontade do Senhor esmaga-lo e fazê-lo sofrer, apesar de ter sido dado como oferta pelo pecado... Ele verá o fruto do seu trabalho e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo justo justificará a muitos e levará sobre si as maldades deles. Porque derramou a sua vida até a morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e intercedeu pelos transgressores. (Is 53.10-12)
    Derramou sua vida até a morte. Embora dizemos que os judeus mataram Jesus, a verdade é que ele disse que “Ninguém tira a sua vida mas ele de si mesmo a dá” (Jo 10.18). Quando entregou sua vida até ela ser totalmente esvaída em dor e sofrimento, Jesus gritou: Está consumado!! (Jo 19.30)

   Este grito, que no original é Tetelestai, que estando no tempo perfeito significa “foi e para sempre será consumado”. Foi ELE que realizou. Ele levou sobre si os nossos pecados. Ele estabeleceu uma nova aliança com Deus. 
    E agora, SENDO JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE POR SUA GRAÇA, POR MEIO DA REDENÇÃO QUE HÁ EM CRISTO JESUS, A QUEM DEUS OFERECEU COMO SACRIFÍCIO PROPICIATÓRIO POR MEIO DA FÉ, PELO SEU SANGUE, PARA DEMONSTRAÇÃO DA SUA JUSTIÇA. NA SUA PACIENCIA, DEUS DEIXOU DE PUNIR OS PECADOS ANTERIORMENTE COMETIDOS; PARA DEMONSTRAÇÃO DA SUA JUSTIÇA NO TEMPO PRESENTE, PARA QUE ELE SEJA JUSTO E TAMBÉM JUSTIFICADOR DAQUELE QUE TEM FÉ E JESUS! Rm 3.24-26

terça-feira, 7 de junho de 2016

Aprendendo com as "Confissões"...

   Nestor Cerveró, 64 anos condenado a 17 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Revista VEJA desta semana traz alguns trechos das Confissões do ex-diretor da Petrobrás:
“ O arrependimento é por não ter sabido controlar a minha ambição, não só por dinheiro, mas também pela vaidade em permanecer diretor da Petrobrás...”   A Revista comenta: Ele foi seduzido pela ambição desmedida e pelo status de ocupar uma direção na maior empresa brasileira.


     É lamentável que o Sr. Cerveró esteja atravessando situação tão constrangedora, mas há de se colher os frutos do que se plantou. Não estou aqui para me juntar ao coro dos que o desprezam. Estou aqui para conclamar a todos para que aprendamos  a preciosa lição que, da cadeia, o sr. Cerveró nos ensina.
    Até onde pode ir uma ambição desmedida? O que alguém não fará pela conquista de status? Estas reflexões precisam ser feitas, caso contrário amanhã muito mais Cerverós estarão sendo julgados, e estarão compartilhando suas confissões num semanário de grande circulação.
    No mundo dos negócios, das corporações, das instituições, uma indagação é feita: O que você está disposto a oferecer? Seu tempo, sua inteligência, sua criatividade, sua capacidade produtiva, seu dinamismo. Troca-se isto por salário, por status, por benefícios diretos e indiretos.
    Entretanto, quanto mais se sobe na pirâmide profissional, exige-se mais. A disposição em se oferecer cada vez mais é diretamente proporcional à ambição de cada um. Ressalte-se que quanto mais se oferece às organizações, mais as prioridades vão sendo reconfiguradas, e os valores e crenças vão sendo revistos e testados.
    Os valores éticos em algum momento serão confrontados. Em nome de que? Em nome do sucesso. Surgirão soluções “criativas”, omissões “pensadas”, enganos semânticos “inocentes”. Nada parece ser tão ruim, tão mal. Apenas criatividade, nova forma de dizer as coisas. E estas coisas abrem portas, são sinônimos de novas possibilidades, de carreiras que se aceleram...

    Alguém baterá nas costas e lhe dará os parabéns. A sociedade o aplaudirá como vencedor, um profissional destemido de sucesso.  Tudo parece ter o doce gosto da vitória!
    Mas quando as coisas vierem à luz, a verdade surgirá expondo podridão, egoísmo, engano. As soluções criativas serão renomeadas de desvios, as omissões receberão o nome de corrupção passiva, os enganos semânticos serão renomeados de mentiras. As orientações não escritas serão negadas. Os superiores hierárquicos que incentivaram os feitos não corretos, dirão em alto e bom som: Nós nunca orientamos dessa forma, nossa instituição preza pelo seu Código de Ética, nós desconhecemos qualquer atividade não ética praticada por este (a) senhor (a).

    Onde está o sucesso? Onde se escondeu o gosto da vitória? O escárnio e o desprezo é o que a mesma sociedade que o aplaudia há pouco, agora manifesta.
    Não sei se em algum momento de sua vida, o Sr. Cerveró foi um homem cristão, de crenças, de valores. Nele, estamos vendo a realidade do que o apóstolo Paulo escreveu há quase 2 milênios:
     "Porque o amor ao dinheiro, é a raiz de todos os males; e por causa dessa cobiça alguns se desviaram da fé e se torturaram com muitas dores" (I Tm 6.10).
      Se nossa sociedade deixasse de fazer pouco caso da Bíblia, e voltasse a vê-la em temor como Palavra de Deus, talvez não precisássemos de uma Operação Lava Jato.
      Falando em Confissões, quero terminar com uma citação, não das Confissões de Cerveró, mas de Agostinho de Hipona:

      “Procurei o que era a maldade e não encontrei uma substância, mas sim uma perversão da vontade desviada da substância suprema – de Vós, ó Deus – e tendendo para as coisas baixas: vontade que derrama as suas entranhas e se levanta com intumescência.”  Conf VII.16