quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O que os olhos não veem o coração não sente!

   Voltei hoje de uma rápida viagem a Recife, onde fui dar um abraço nos meus pais (de dia dos Pais [no meu pai], e de Aniversário [na minha mãe])... O avião sobrevoou a cidade, foi até a zona rural da Caucaia depois aprumou para o Pinto Martins... Voltei pra casa.
    A ida a Recife também fala de um voltar pra casa. Nas palavras da canção de Alceu Valença: Voltei Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço...  Me dei conta que estou fora da minha cidade há 11 anos.  Volto pela saudade, da cidade, das pessoas... da minha história, de cada momento vivido ali.
   Às vezes  mergulho no trabalho e deixo a saudade esquecida...  Mas agora, revendo tudo, andando pelas ruas da cidade relembro da máxima: O que os olhos não veem o coração não sente.  Olhar pra cidade, as pontes, as pessoas... é sentir de novo, a dor da saudade, e a certeza  de que meu Recife não está no meu passado, está em cada momento do  meu presente!
   Abracei minha mãe, meu pai, meus irmãos, minhas tias queridas (tia Ruth, tia Moisa, Tia Madalena), meu sobrinho Pedrinho, que eu não estou vendo crescer...
   Na televisão assisto entrevistas com meus colegas de Colégio da Polícia que hoje são comandantes de unidades na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros. Recebo um panfleto da campanha eleitoral da cidade que anuncia que Geraldo Júlio que cursou Administração comigo na Faculdade está candidato a Prefeito, apoiado pelo Governador.
   Fui orar na igreja que participei há mais de 18 anos.  Depois subi sozinho a Cidade Alta de Olinda. Andei nas ruas da cidade velha como costumava fazer viajando nas cidades do mundo... Londres, York, Roma, Jerusalém.  Com os olhos curiosos vendo cada coisa como se fosse a primeira vez, com o olfato sentindo cada cheiro..
     Passo pelos velhos casarões... pelas casinhas espremidas entre os sobrados...  percebe-se as definições da pirâmide social nos casarões com eira, beira e tribeira... enquanto nas casas humildes não se tem  “eira nem beira”...
    Subo a Ladeira da Misericórdia... lá de cima a paisagem é soberba, fazendo valer a pena cada esforço da subida.  Lindo... O Recife visto do Alto da Sé, emoldurado pelo casario antigo de Olinda. Tantas vezes já vi essa paisagem... mas a vi novamente como se fosse a primeira vez! Para me deixar levar pelo encanto  do momento. Entardecia...
Depois de anos voltei ao Seminário que frequentei durante toda a década de 90, primeiro como estudante depois como professor.  Conversei com o velho mestre Thomas Fodor, e alguns outros que eram remanescentes do meu tempo.  Tem uma pergunta que sempre surge: E aí, quando volta?
    Tomo o avião no Aeroporto dos Guararapes, com destino a Fortaleza.  Minha esposa veio me buscar.  Voltei. Voltei pra ficar, pois aqui é o meu lugar!